Incerteza da economia recua, mas acomoda em patamar moderadamente desconfortável, diz FGV
O recuo do Indicador de Incerteza reflete uma leve acomodação após choques recentes nas relações internacionais. Especialistas ponderam que a situação fiscal brasileira pode trazer novas oscilações nos próximos meses.
Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV, caiu 2,7 pontos em maio, alcançando 112,8 pontos.
Na média móvel trimestral, o indicador subiu 0,7 ponto, chegando a 113,1 pontos.
A queda foi impulsionada por dois componentes:
- Componente de Mídia: caiu 2,1 pontos para 117,8 pontos, contribuindo negativamente com 1,8 ponto.
- Componente de Expectativas: recuou 3,5 pontos, para 87,7 pontos, sendo o menor nível desde janeiro de 2015, contribuindo negativamente com 0,9 ponto.
Segundo Anna Carolina Gouveia, economista do FGV Ibre, a queda reflete uma acomodação em patamar moderadamente desconfortável. A incerteza foi impactada por um “choque de ruídos” em relação a medidas protecionistas do governo Trump.
A economista observa que, apesar de alívios recentes, isso não significa uma queda consistente da incerteza.
Gouveia destaca que a discussão sobre a situação fiscal brasileira perdeu protagonismo, mas voltará à tona, especialmente em relação ao IOF e o cumprimento da meta de superávit primário.
Para o restante do ano, prevê que o IIE-Br oscile em patamares atuais, a não ser que questões externas se agravem.