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Incerteza do Copom atinge maior nível desde Guerra da Ucrânia e pandemia, mostra estudo

O Copom enfrenta um cenário de incerteza elevada, refletindo preocupações com a economia global e a política fiscal interna. A taxa Selic é elevada ao maior nível em quase 20 anos, com a condução futura da política monetária mantida em expectativa.

Copom atinge maior índice de incerteza desde agosto de 2022, segundo levantamento do economista Bruno Imaizumi, da LCA 4intelligence. O índice reflete a volatilidade econômica global, exacerbada por tensões na Guerra da Ucrânia e pela pandemia de Covid-19.

A análise abrange 70 reuniões do Copom desde julho de 2016. O economista utilizou processamento de linguagem natural para mensurar a incerteza nos comunicados do Banco Central. A incerteza externa ultrapassou níveis observados mesmo durante a pandemia.

Segundo Imaizumi, a incerteza atual é severa devido à dependência de decisões de líderes populistas, como Donald Trump. Ele destaca seu impacto na economia global, crítica para o Brasil.

No comunicado da última reunião, o Copom sinalizou que a política comercial dos EUA gera incertezas sobre a economia global, afetando a inflação e a condução da política de juros.

Na mesma reunião, a Selic foi elevada em 0,5 ponto percentual, de 14,25% para 14,75% ao ano, o maior nível em quase 20 anos. O Copom optou por uma abordagem cautelosa e flexível devido à elevada incerteza.

A retirada do forward guidance gerou debates sobre o fim do ciclo de alta de juros. Enquanto alguns economistas acreditam que o último aumento foi implementado, outros preveem um ajuste de 0,25 ponto percentual em junho, elevando a Selic para 15% ao ano.

O comitê destacou um crescimento dinâmico na economia, mas notou uma "incipiente" moderação. O impacto fiscal foi considerado mais preocupante do que as incertezas sobre a atividade econômica.

A ata do Copom será divulgada na próxima terça-feira (13), oferecendo mais detalhes sobre as discussões que subsidiaram a decisão sobre a Selic.

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