Incertezas de Trump e aço da China preocupam mais siderúrgicas brasileiras do que tarifas
Siderúrgicas brasileiras enfrentam desafios com as tarifas de Trump e o aumento das importações de aço chinês. Especialistas alertam que a alta competitividade da China no setor pode ter um impacto maior do que as restrições impostas pelos Estados Unidos.
Preocupações com tarifas de aço: Anúncios de Donald Trump e a influxo de aço chinês no Brasil preocupam siderúrgicas mais que as tarifas americanas.
As tarifas de 25% sobre aço começaram a valer no dia 12 e impactam as exportações brasileiras, que estavam isentas para até 3,5 milhões de toneladas.
O Instituto Aço Brasil alertou que as tarifas causarão perdas para ambas indústrias e defenderam negociações. As siderúrgicas brasileiras são os principais fornecedores de aço semiacabado para os EUA, com 60% do total importado.
A estratégia de Trump é reduzir importações e aumentar a produção americana, que atualmente opera a 75%. Contudo, a substituição das importações é considerada improvável.
Aumento de 5,4 milhões de toneladas na produção americana é insuficiente para cobrir a demanda.
As exportações brasileiras de produtos acabados, como o aço da CSN, serão afetadas, pois antes as siderúrgicas podiam exportar isentas de imposto.
As tarifas já não impactaram contratos futuros no Brasil, mas a incerteza de Trump gera preocupação entre investidores, levando-os a considerar atrasar compras de aço.
Por fim, o grande desafio é a invasão de aço chinês, que representa 60% das importações brasileiras. O setor pede ao governo que taxe em 25% o aço chinês para proteger a indústria local.
Estatísticas: Mais de 110 milhões de toneladas de aço exportadas pela China em 2024, com um aumento de 129% para a América Latina.