Incertezas econômicas abalam bases do multilateralismo
Bancos centrais e entidades internacionais alertam sobre os riscos da fragmentação econômica e comercial, destacando a necessidade de adaptação à nova dinâmica geopolítica. A crescente incerteza e a imposição de tarifas unilaterais pelos EUA podem impactar negativamente o crescimento global e a estabilidade financeira.
Incerteza econômica e geopolítica marcam o cenário global, segundo bancos centrais e entidades internacionais.
A imposição de tarifas unilaterais pelos EUA gera tensões que podem modificar o comércio mundial.
O economista André Mirsky afirma que a globalização não está colapsando, mas se tornando mais seletiva e regionalizada.
Segundo a OCDE, a globalização, que impulsionou a renda e a divisão do trabalho, está sendo afetada por barreiras comerciais e políticas globais imprevisíveis.
O BIS alerta que essas barreiras desaceleram o crescimento global e elevam o risco de recessão.
Dados do FMI indicam que o PIB global deve desacelerar de 3,3% em 2024 para 2,8% em 2025.
O especialista Jhonathan Mattos menciona que continuamos vivendo a globalização, apesar de uma mudança nos agentes envolvidos.
Mirsky adiciona que a fragmentação é impulsionada por fatores econômicos, tecnológicos e geopolíticos, particularmente entre os EUA e a China.
A reunião do Brics em julho de 2025 abordou a necessidade de fortalecer a cooperação global do Sul e reformar o FMI.
Na União Europeia, aumentos nos gastos em defesa são vistos como uma resposta para mitigar incertezas globais, mas trazem desafios fiscais.
Especialistas acreditam que a OMC não é suficiente para resolver as disputas comerciais, devido à recusa dos EUA em aceitar novos árbitros, o que trava seu funcionamento.
Mirsky conclui que a OMC precisa se adaptar à nova realidade geoeconômica sem abandonar seus princípios fundadores.