Índia tenta erguer indústria de painéis solares para superar hegemonia chinesa

A Índia, grande compradora de tecnologia energética da China, busca se tornar um concorrente na fabricação de equipamentos verdes.

O governo indiano oferece incentivos para produzir localmente painéis solares e baterias, visando atender suas crescentes demandas energéticas e proteger suas cadeias de suprimento, especialmente em relação aos Estados Unidos.

Apesar de produzir 80 gigawatts de módulos solares, a Índia ainda é uma fração do mercado dominado pela China, que produziu mais de 800 gigawatts no ano passado. A dependência do carvão como principal fonte de eletricidade é um desafio adicional.

O governo indiano está investindo em subsídios para células solares e restringindo produtos estrangeiros em projetos de energia renovável, como a instalação de energia solar em 27 milhões de residências.

A geopolítica é um fator importante, pois a rivalidade com a China estimula a Índia a construir fábricas de energia renovável. Entretanto, o país enfrenta a arbitragem de custos na fabricação local versus importações baratas da China.

Com mais de 90% do silício policristalino controlado pela China, a Índia ainda depende de importações, enquanto tenta expandir sua produção de baterias. Empresas indianas como Reliance Industries e Ola Electric não atingiram metas de produção esperadas.

A capacidade renovável da Índia quase dobrou em cinco anos, e o governo está implementando novos subsídios para fortalecer a produção local.

O cenário das exportações indiano é afetado por tarifas e negociações comerciais, especialmente com os Estados Unidos. As tarifas aplicadas ao comércio indiano são menores do que as impostas aos produtos chineses, o que pode favorecer a Índia.

Empresas como a Waaree Energies estão investindo em exportações, com um crescimento exponencial em vendas para os EUA. No entanto, a incerteza tarifária gerada pela administração Trump pode impactar o futuro do setor.

O sucesso da Índia no setor de energia renovável dependerá das decisões geopolíticas dos países envolvidos. A batalha pela independência energética continua.