Indicado por Bolsonaro, Nunes Marques seria ‘contraponto’ em casos sensíveis no STF
Ministro Nunes Marques tem adotado uma postura moderada no STF, buscando se distanciar de antigos alinhamentos políticos. Suas decisões recentes refletem uma tentativa de mediania entre as diversas correntes da Corte, favorecendo diálogos com diferentes vertentes.
Ministro Nunes Marques, indicado por Jair Bolsonaro ao STF, tem demonstrado uma postura moderada na Corte, distanciando-se de simpatizantes do ex-presidente e aproximando-se de outros magistrados.
Na Segunda Turma, Nunes atua como contraponto, mantendo um perfil garantista e optando por caminhos intermediários em decisões complexas.
No dia 4 de abril, paralisou o julgamento de um recurso de Antonio Palocci, pedindo mais tempo para análise. O caso estava empatado em 2 a 2 antes da interrupção. Nunes Marques, que já foi voto de desempate em assuntos semelhantes, decidirá o resultado final.
As interrupções, que incomodaram outros ministros, são vistas como uma postura de ponderação. Nunes já precisou desempatar assuntos polêmicos, como no caso de Lula, e tem parado julgamentos em situações avançadas, como no de Carla Zambelli.
Seus movimentos recentes sugerem uma aproximação com diferentes vertentes do STF. Em uma festa junina, recebeu ministros, incluindo Alexandre de Moraes, e também manifestou sinalizações amistosas ao governo Lula.
A aproximação com Lula foi facilitada por Wellington Dias, amigo de Nunes. Até mesmos aliados de Bolsonaro reconhecem que o ministro não é mais um voto alinhado às pautas bolsonaristas.