'Indicador Buffett' aponta que ações estão baratas nos EUA
O indicador de Buffett sugere que as ações estão subavaliadas, indicando um potencial crescimento no mercado. Especialistas alertam que a dinâmica econômica atual e as decisões do Fed influenciam as perspectivas de investimento.
Investidor Warren Buffett defende métrica de avaliação que indica que as ações dos EUA estão relativamente baratas, sugerindo potencial de recuperação nas Bolsas.
O “indicador de Buffett” mede a proporção entre o valor total do mercado de ações dos EUA, pelo Índice Wilshire 5000, e o PIB (Produto Interno Bruto) do país. Este indicador está em seu menor nível desde setembro, mesmo após recente recuperação das ações.
Buffett afirma que a proporção entre o valor das empresas negociadas publicamente e o PIB é a "melhor medida individual de onde as avaliações estão". No final de 2022, o indicador atingiu seu pico histórico, sinalizando possíveis correções.
Atualmente, a proporção está em 180%, similar à queda significativa motivada por operações de carry trade do iene japonês no ano passado, que precedeu a recuperação do índice S&P 500.
Adam Sarhan, da 50 Park Investments, destaca que este é um indicador crucial para traders, permitindo identificar momentos para investir. Ele menciona que a situação da guerra comercial pode afetar as decisões de compra.
A incerteza acerca de tarifas comerciais de Trump e a expectativa por balanços financeiros de empresas e pela reunião do Fed influenciam o mercado. O S&P 500 já subiu 12% desde as mínimas de abril, mas ainda está 9% abaixo do recorde de fevereiro.
O indicador de Buffett ainda é superior aos níveis da pandemia de Covid-19 quando caiu quase 100%. Outros indicadores, como o S&P 500 em 20,6 vezes os lucros futuros, também corroboram a tendência de avaliações altas, mas >ainda superiores à média de 10 anos.
Críticos apontam que a medição pode desconsiderar o impacto de taxas de juros elevadas e que a avaliação pode não ser a melhor ferramenta para prever movimentos de mercado.
A próxima reunião anual da Berkshire, programada para este sáb. (3), é muito aguardada, especialmente em virtude da reserva de caixa de US$ 321 bilhões da empresa e da possível sucessão de Buffett, com Greg Abel como provável successor.
Scott Colyer, da Advisors Asset Management, ressalta a importância de entender a visão de Buffett sobre a economia e se avaliações mais baratas influenciarão futuras compras no mercado.