‘Indignação com mensalão, Lava Jato, sem entender as causas, faz crises se repetirem’, diz advogado
Nicolau da Rocha Cavalcanti analisa a persistente indignação no Brasil, ressaltando a necessidade de compreensão profunda das causas por trás da revolta. Lançando seu novo livro, ele propõe reflexões sobre a repetição cíclica de crises e o papel da comunicação no contexto jurídico e social.
O Brasil enfrenta um ciclo de indignação constante, mas pouco se transforma em compreensão e mudança concreta, segundo o advogado Nicolau da Rocha Cavalcanti. Ele critica a reação emocional da sociedade em momentos de crise, como em casos de corr corrupção e decisões do STF.
Em entrevista ao Estadão, Cavalcanti argumenta que a falta de análise aprofundada sobre problemas recorrentes impede a evolução social. “Indignação sem compreensão gera crises que se repetem”, afirma.
O lançamento de seu livro O Perigoso Encanto da Indignação, em 19 de março, reúne 61 artigos escritos entre 2011 e 2024, propondo uma reflexão crítica sobre política, justiça e mídia. O objetivo do autor é identificar e discutir os “pontos cegos” da sociedade.
Cavalcanti também sugere que o STF deve melhorar sua comunicação com a população, e defende a importância do jornalismo crítico, mesmo em tempos de redes sociais. A polarização política, na sua visão, é natural, mas o problema surge quando se transforma em radicalização.
Principais pontos abordados:
- Indignação e Compreensão: A indignação pode ser positiva, mas não deve ser o único foco.
- Papel do STF: O tribunal deve se alinhar melhor às expectativas sociais, sem perder sua função técnica.
- Desinformação e Pluralismo: Combater fake news envolve educação e pensamento crítico.
- Ação Política: A indignação deve impulsionar a busca por soluções coletivas e realistas.
O encontro para o lançamento do livro ocorrerá no dia 19 de março, das 18h às 21h, na Amarello Loja, em São Paulo.