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Indústria automotiva vai rever investimentos de R$ 180 bi se governo aceitar pleito da BYD

Indústria automotiva alerta sobre possíveis revisões em investimentos de R$ 180 bilhões caso tarifas de importação sejam reduzidas. Presidente da Anfavea destaca preocupação com a entrada de veículos importados e seus impactos na produção nacional.

A indústria automotiva brasileira pode rever a previsão de investimentos de R$ 180 bilhões se o governo Lula atender os pedidos da empresa chinesa BYD para reduzir tarifas de importação.

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Igor Calvet, informou que a BYD solicitou a diminuição do imposto de importação dos kits SKD e CKD, atualmente de 20% para 5% para carros elétricos e 10% para híbridos.

Calvet destacou que a redução das tarifas levará as empresas a reavaliar seus investimentos, essenciais para o agregamento de valor à produção nacional. "Esses recursos programados até 2030 são importantes e não se referem apenas à montagem", afirmou.

O Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) avaliará o pleito da BYD em reunião marcada para o próximo dia 30.

Calvet expressou preocupação com a importação de veículos, que já alcançou 228 mil emplacamentos nos primeiros seis meses deste ano, enquanto a produção nacional caiu 6,5% e o varejo 10%.

Ele criticou a possível decisão do governo em favor da redução da alíquota de impostos, considerando-a contraditória com as políticas industriais atuais. "Não parece apropriado para as montadoras e trabalhadores", afirmou.

Calvet também previu que a redução de tarifas para SKD e CKD pode resultar em uma expansão de 30% em veículos importados, mas de baixa sofisticação, afetando negativamente a indústria nacional.

O risco é de que o Brasil se torne uma grande maquila, realizando apenas montagem, sem agregar valor real à produção, o que poderia gerar um grande desequilíbrio concorrencial.

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