Indústria de papelcartão ajusta produção sob pressão de importações e tarifaço
Redução na produção de papelcartão afeta grandes empresas brasileiras. Setor busca medidas para enfrentar a crescente concorrência das importações e as incertezas como o aumento das tarifas.
Indústria de papelcartão no Brasil enfrenta desafios com a redução da produção e a paralisação de expansões devido ao excesso de oferta e incertezas no comércio exterior.
Grandes produtores como a Papirus relatam perdas com a entrada de importações de países como China e Europa, afetando a rentabilidade. De janeiro a maio, a Papirus produziu o equivalente a 36 dias a menos.
O co-CEO Amando Varella destacou que a redução levou à suspensão da compra de uma nova máquina que aumentaria a produção de 100 mil para 250 mil toneladas. A empresa ainda enfrenta uma queda de 32% no Ebitda.
Dados da Secex indicam que as importações totalizaram 87 mil toneladas no primeiro semestre. Entre 2020 e 2025, espera-se uma importação de 780 mil toneladas, equivalente a um ano de vendas da indústria nacional.
A China e Europa aumentaram suas exportações após a pandemia, com comprometimento maior da capacidade de produção.
A Klabin iniciou operações de uma nova máquina produzindo 460 mil toneladas anuais, ampliando a oferta no mercado. A empresa e outros grandes produtores pedem ao governo para elevar as tarifas de importação de 12,4% para 25%.
O governo aumentou a tarifa para 16,5% em duas categorias, mas não atendeu a todas as solicitações. O diretor-geral da Klabin, Cristiano Teixeira, alertou sobre a “invasão” de produtos chineses.
A Ibema, outra produtora, abriu escritório em Miami em 2024 e está atenta ao impacto das tarifas sobre sua competitividade.
A Ibá demandou um novo aumento da tarifa para 35%. O presidente-executivo José Carlos da Fonseca disse que o cenário está desafiador para empresas que já consideram interromper a produção.
Enquanto isso, as discussões continuam, mas não há previsão de decisão do governo federal.