Indústria do álcool reage a endurecimento de políticas de saúde para não virar 'tabaco'

Indústria de Bebidas Alcoólicas enfrenta novo desafio com discurso de saúde pública.

Grandes grupos de cerveja, vinho e destilados estão mudando estratégias em resposta ao endurecimento da OMS sobre o consumo de álcool, que afirma não haver nível seguro. A queda no consumo global leva a indústria a se defender.

As ações incluem:

• Contestação das diretrizes da OMS.
• Promoção de estudos que defendem benefícios do consumo moderado.
• Campanhas que destacam a socialização promovida pelo álcool.

A CEO da Diageo, Debra Crew, afirmou estar em diálogo com autoridades para refutar dados imprecisos sobre os efeitos do álcool.

O CEO da Asahi, Atsushi Katsuki, chamou de enganosa a afirmativa de que "não há nível seguro". Ele defende que o setor deve divulgar os benefícios do consumo moderado.

A Heineken lançou uma campanha publicitária que visa posicionar a cerveja como alternativa ao tempo de tela excessivo.

Investidores alertam para um possível "momento tabaco", com a OMS classificando a indústria alcoólica como uma das mais prejudiciais da Europa. O cirurgião-geral dos EUA indicou a possibilidade de alertas sobre câncer nos rótulos de bebidas alcoólicas.

A indústria se mobiliza, mas com o cuidado de não ser vista como agressiva, ao contrário do setor de tabaco que perdeu reputação nos anos 80 e 90.

Entre as ameaças regulatórias estão aumentos de impostos, alertas obrigatórios em embalagens, e a adoção da tese da OMS sobre a segurança do consumo. A Irlanda já aprovou regras que exigem avisos sobre riscos em rótulos.

Especialistas da OMS enfatizam a necessidade de políticas públicas "claras e baseadas em evidências" para reduzir danos relacionados ao álcool.