Indústria do cacau fala em prejuízo de R$ 190 milhões e paralisação de 37% do setor com tarifaço

Impacto da Sobretaxa de 50% do EUA sobre Exportações de Cacau Brasileiro

A imposição da Sobretaxa de 50% pelos Estados Unidos sobre a exportação de produtos de cacau do Brasil poderá gerar uma perda mínima de US$ 36 milhões (cerca de R$ 190 milhões) já em 2025, conforme estimativa da Câmara Setorial de Cacau do Mapa.

A sobretaxa afeta diretamente as exportações de amêndoas, pasta, manteiga e pó de cacau, essenciais para a produção de chocolate.

A cadeia do cacau no Brasil inclui cerca de 200 mil empregos diretos e indiretos, com aproximadamente 93 mil produtores, a maioria pequenos agricultores.

Em 2025, a ociosidade média do parque processador pode aumentar para 37%, comprometendo atividades que envolvem até 70 mil pessoas.

No primeiro semestre de 2025, o Brasil exportou US$ 64,8 milhões em produtos de cacau para os EUA, o que representa mais de 25% das exportações do setor.

Com a nova alíquota, a competitividade dos produtos brasileiros será drasticamente reduzida, dificultando a manutenção das exportações.

A situação ameaça também novos investimentos e a operação de unidades nas regiões produtoras, especialmente na Bahia, Pará e São Paulo.

A Câmara Setorial alerta para risco de paralisação em plantas industriais e efeitos diretos na economia das comunidades que dependem da cacauicultura.

Na Bahia, que se destaca na produção, houve um crescimento de 63,3% nas exportações de manteiga e pó de cacau no primeiro semestre de 2025.

A Câmara pediu ao Mapa e ao Mdic uma resposta rápida para evitar a paralisação das exportações e a criação de um programa emergencial de apoio à indústria e produtores.

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que o governo está trabalhando em um plano de contingência com medidas de crédito e compras governamentais.

A ministra Simone Tebet expressou esperança de que os EUA possam recuar na aplicação da sobretaxa, baseando-se em conversas com empresários do setor.