Indústria dos EUA segue dependente da China mesmo com tarifas altas
Pequenas empresas americanas enfrentam desafios crescentes devido às altas tarifas de importação e à dependência da produção na China. Fundadora da Pashion Footwear, Haley Pavone relata dificuldades em realocar a produção e adaptação ao novo cenário comercial.
Haley Pavone, fundadora da Pashion Footwear, enfrenta desafios devido ao aumento das tarifas de importação de calçados chineses, que chegaram a 190% em abril.
Em resposta, ela congelou contratações e começou a cobrar uma taxa extra dos clientes. Apesar de tentar, Pavone não conseguiu transferir a produção para o Brasil, Índia ou Vietnã devido a requisições de encomendas mínimas e falta de mão de obra qualificada.
Os esforços para produzir fora da China enfrentam barreiras, como a comparação desfavorável do nível de habilidade da força de trabalho. A dependência dos EUA em relação à China diminuiu apenas 25% desde 2017, e as exportações da China para os EUA caíram, enquanto as do Sudeste Asiático para os EUA cresceram.
Em junho, EUA e China firmaram um acordo comercial, reduzindo a pressão das tarifas, mas a incerteza permanece sobre os níveis finais. Os sapatos da Pashion Footwear são vendidos a cerca de US$ 200 o par, enquanto as tarifas reduzidas permitiram que o negócio se mantivesse lucrativo, embora ainda com desafios.
Pavone considera que a mudança para o Vietnã implicaria em custos iniciais de pelo menos US$ 50 mil e a necessidade de treinar novos trabalhadores. Ela se preocupa com a sobrevivência da sua empresa, que começou como uma startup há seis anos.
"É simplesmente ruim. Eu simplesmente não sei como é que vou fazer meu trabalho", desabafa Pavone. "Este ano decidirá se conseguimos sobreviver ou não."