Indústria quer incluir Pix nos cartões de débito e crédito e negocia com BC

A indústria de cartões está em processo de incorporar o Pix em cartões que já oferecem débito e crédito, visando um terceiro meio de pagamento no mesmo plástico. Contudo, isso depende do aval do Banco Central.

Giancarlo Greco, presidente da Elo e da Abecs, destacou que o Pix no cartão ajudaria a aumentar o uso do Pix por aproximação, que ocorre em tempo real, ao contrário do débito, que leva de um a dois dias para liquidar.

A iniciativa já foi discutida com bancos e credenciadoras há mais de um ano. O Banco Central precisa publicar uma norma para autorizar a ferramenta, que não estava inicialmente prevista.

Durante o 18º Cmep, Greco mencionou que o regulador está analisando aspectos regulatórios e técnicos. O Pix por aproximação permite pagamentos sem abrir o aplicativo do banco, usando celular ou smartwatch.

Greco também afirmou que a expansão dessa funcionalidade esbarra no número limitado de aparelhos com tecnologia de aproximação, reforçando a importância de trazer o Pix para os cartões de plástico. Dados da Abecs mostram que 73% dos pagamentos por aproximação são feitos com cartões.

Em dezembro de 2024, apenas 22% dos portadores de cartões utilizavam cartões incorporados nas carteiras digitais, um aumento em relação aos 18% em setembro.

A inclusão do Pix no cartão poderia aumentar a segurança das transações. Greco mencionou a necessidade de discutir formas de remuneração para essa nova solução.

Atualmente, pagamentos por Pix entre pessoas jurídicas podem gerar cobrança dos bancos, com tarifas variando conforme a instituição. Em 2024, as fraudes com cartões caíram 18%, com um aumento de 10,9% no volume de transações, totalizando R$ 4,1 trilhões.

O parcelado sem juros representou 41% das operações com cartão de crédito, somando R$ 1,3 trilhão.