Indústria teme aumento de custos e quer rediscutir MP da conta de luz
Mudança no setor elétrico visa beneficiar a população de baixa renda, mas gera apreensão entre grandes consumidores. Especialistas alertam sobre possíveis aumentos de custos para a indústria que podem impactar preços ao consumidor final.
Medida Provisória do Presidente Lula visa reformar o setor elétrico e ampliar a isenção da conta de luz para 60 milhões de pessoas de baixa renda.
Grandes consumidores expressam preocupação com a possibilidade de arcar com os custos da iniciativa. O governo afirma que os grandes consumidores do mercado livre serão os responsáveis por essa nova política.
O impacto nos diferentes grupos de consumidores ainda não é claro. Enquanto a indústria deve sentir um efeito certo, o impacto sobre os consumidores residenciais não inclui isenção pode ser neutro, dependendo do pacote final.
Atualmente, os subsídios da conta de luz são majoritariamente pagos pelo mercado regulado, onde estão as famílias. O governo busca uma distribuição de custos mais equânime com as mudanças.
A Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace) admite que as mudanças podem beneficiar a baixa renda, mas também podem aumentar os custos para a indústria, elevando os preços para a população.
O presidente da Abrace, Paulo Pedrosa, alerta para um possível aumento de até 200% na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para indústrias no Nordeste. Ele destaca que o pequeno consumidor é afetado por preços mais altos de produtos essenciais.
A Frente Nacional dos Consumidores de Energia enfatiza a necessidade de maior acesso à energia elétrica para a população de baixa renda, mas ressalta a falta de clareza sobre os impactos das novas medidas.
Alexei Vivan, da ABCE, vê pontos positivos, mas destaca que a MP deve ser ajustada para evitar que os demais consumidores paguem a conta da isenção.
A expectativa é que o Congresso Nacional corrija as possíveis distorções antes da implementação.