Indústria têxtil pode perder até 20 mil empregos diretos e indiretos por efeitos do tarifaço
Setor têxtil teme demissões em massa devido ao aumento das tarifas americanas, enquanto busca alternativas no mercado interno e em outros países. A Abit destaca a importância de estratégias para manter a competitividade e evitar perdas significativas.
Indústria têxtil brasileira pode perder até 5 mil empregos diretos e 15 mil indiretos devido ao tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre exportações brasileiras.
A projeção é da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Entre julho de 2014 e junho de 2023, o setor criou 7,7 mil novas vagas.
Fernando Valente Pimentel, presidente da Abit, destacou a importância da diplomacia empresarial para contornar a situação durante coletiva na terça-feira.
Os EUA são o 4º principal destino das exportações brasileiras de têxteis, com transações de US$ 68 milhões no último ano. Produtos como meias, moda praia e moda feminina são os principais enviados ao mercado americano.
A balança comercial do setor é negativa para o Brasil, com um déficit de US$ 74 milhões no ano passado. O déficit pode crescer em US$ 38 milhões em 2023.
Pimentel ressaltou que o mercado americano é o maior do mundo e buscou enfatizar a necessidade de negociações para reverter a situação.
As indústrias brasileiras estão focando em aumentar a penetração de produtos no mercado interno e reforçar laços com países como Canadá e Portugal, onde há grande presença de brasileiros.
Recentemente, a produção têxtil brasileira cresceu 11,4% no primeiro semestre em comparação com o ano anterior, enquanto o setor de vestuário teve alta de 1,8%.
Pimentel também anunciou uma parceria com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) para valorizar matérias-primas no Brasil e antecipar acordos comerciais, como o do Mercosul com a União Europeia.