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Indústrias brasileiras de calçado e eletrônicos vêem possível janela de oportunidade com novas tarifas de Trump

Brasil se beneficia de tarifas mais baixas em comparação à China e Sudeste Asiático. Indústrias locais veem oportunidade de aumentar exportações para os Estados Unidos, mas permanecem cautelosas quanto a possíveis retaliações.

Tarifas recíprocas anunciadas pelo presidente americano Donald Trump impactam mais China e Sudeste Asiático, com alíquotas acima de 30%. Brasil, com tarifa-base mínima de 10%, vê chance de aumentar exportações aos EUA.

Humberto Barbato, da Associação Brasileira Indústria Elétrica Eletrônica (Abinee), afirma que o Brasil precisa avaliar sua competitividade em relação aos países afetados.

A indústria de calçados também vê oportunidade. A China tem tarifa de 34% e é a maior fornecedora de sapatos femininos nos EUA, enquanto Vietnã e Indonésia enfrentam tarifas de 46% e 32%, respectivamente. Haroldo Ferreira, da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), destaca que a indústria nacional, focada em calçados de couro com tarifa média de 17,3%, pode beneficiar-se da perda de competitividade dos asiáticos.

Flávio Roscoe, da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), menciona que o custo adicional será repassado ao consumidor americano. Ele alerta para a necessidade de cautela em possíveis retaliações.

Lia Valls, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, observa que produtos semiacabados de aço já enfrentam uma sobretaxa de 25%. No caso da Embraer, há espaço para negociação devido à sua estrutura nos EUA.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) expressou preocupação com as tarifas e defende diálogo para preservar o mercado americano, que é o principal destino das exportações brasileiras. Em 2024, as exportações foram de US$ 31,6 bilhões, representando mais de 24 mil empregos por cada R$ 1 bilhão vendido.

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