Inflação cede, mas cenário fiscal e tarifaço dos EUA preocupam
Inflação de junho apresenta leve queda, mas preocupações com tarifas dos EUA e rombo fiscal persistem. Expectativa é que Selic se mantenha elevada devido à pressão inflacionária e falta de ações efetivas do governo.
Inflação de junho foi de 0,24%, dentro das expectativas, mas não indica melhora significativa da economia interna.
É necessário observar o impacto do tarifaço do presidente Donald Trump no Brasil.
O despejo de moeda pelo governo continua intenso, com rombo fiscal aumentando e baixa vontade política para reduzir gastos.
A inflação mais baixa deve-se a dois fatores externos:
- Valorização do real em relação ao dólar, devido à política econômica dos EUA;
- Queda dos preços do petróleo e de matérias-primas, resultante da desaceleração da economia global.
A cotação do dólar caiu mais de 10% este ano, mas deve continuar essa trajetória, uma vez que Trump almeja um dólar mais fraco.
Essa situação pode afetar a atração de dólares para o Brasil e tem sido benéfica para a redução dos preços de importação.
A desaceleração da inflação doméstica pode levar à desaceleração dos preços dos serviços, com formadores de preços ajustando mais lentamente.
Entretanto, a inflação acumulada em 12 meses está em 5,35%, acima do teto da meta de 3%. Isso impede a flexibilização da política monetária pelo Banco Central.
Os juros básicos (Selic) devem permanecer em torno de 15% ao ano durante todo o ano de 2025.