Inflação desacelera em junho, mas acumula alta de 5,35% em 12 meses e ultrapassa teto da meta
Inflação oficial desacelera ligeiramente em junho, mas permanece acima do teto da meta de 4,5%. Banco Central deverá justificar descumprimento da meta em carta ao ministro da Fazenda.
Inflação oficial do Brasil: o IPCA fechou junho com alta de 0,24%, abaixo de maio (0,26%).
No acumulado de 2023, a inflação é de 2,99%, e nos últimos 12 meses atinge 5,35%, conforme dados do IBGE.
O IPCA permanece acima do teto da meta de inflação do Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O descumprimento da meta ocorreu de janeiro a junho.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, publicará uma nova carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando as razões do descumprimento e as medidas para conter a alta dos preços.
Impactos em junho:
- A energia elétrica residencial subiu 2,96%, contribuindo com 0,12 ponto percentual para o IPCA.
- A alta se deve à bandeira tarifária vermelha patamar 1, que adiciona R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos.
- No semestre, a energia elétrica subiu 6,93%, sendo o principal item de impacto positivo.
O grupo Alimentação e Bebidas teve queda de 0,18% em junho, o primeiro recuo em nove meses, com contribuição de -0,04 ponto percentual no IPCA.
A retração foi puxada por redução nos preços de ovos de galinha, arroz e frutas, mas o grupo acumula a maior alta percentual nos últimos 12 meses, influenciando o resultado inflacionário.