Inflação medida pelo IPCA-15 desacelera a 0,64% em março
Inflação desacelera, mas permanece acima das expectativas do mercado. O índice acumulado em 12 meses também mostra alta, refletindo desafios para a política econômica do governo.
Inflação desacelera: O IPCA-15 registrou 0,64% em março, caindo de 1,23% em fevereiro, conforme divulgado pelo IBGE.
Analistas esperavam uma taxa de 0,69%, com previsões variando de 0,6% a 1%.
No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 subiu para 5,26%, frente a 4,96% até fevereiro.
O IPCA-15 serve como um indicativo de tendência para o IPCA, índice oficial que orienta a meta de inflação do Banco Central (BC), que tem um teto de 4,5% até 2025.
O período de coleta do IPCA-15 é diferente do IPCA, abrangendo entre 13 de fevereiro e 17 de março. O resultado completo do IPCA de março será divulgado em 11 de abril.
As previsões do mercado apontam uma alta de 5,65% para o IPCA até o final de 2025, significativamente acima do teto da meta.
A partir de 2025, o BC seguirá um novo modelo de metas, onde a meta será considerada descumprida se o IPCA ficar fora da faixa de 1,5% a 4,5% por seis meses seguidos.
Para conter a inflação, o BC elevou a Selic para 14,25% ao ano, com expectativa de fechar 2025 em 15%.
A alta de juros pode desacelerar a economia ao encarecer o crédito, mas visa aliviar a pressão inflacionária.
A inflação dos alimentos tem sido um desafio para o governo Lula, com a queda de popularidade do presidente ligada à carestia.
O governo isentou impostos sobre a importação de alguns alimentos, embora analistas considerem o impacto limitado.
Lula afirmou estar investigando quem teria causado o aumento nos preços dos ovos, que especialistas dizem ser devido a fatores como:
- Demanda alta com o retorno às aulas;
- Exportações afetadas por gripe aviária nos EUA;
- Calor intenso prejudicando a produção de galinhas.