Inflação no atacado nos EUA tem a maior alta em 3 anos, refletindo aumento nas tarifas
A aceleração da inflação no atacado sinaliza que as tarifas de importação estão pressionando os preços. Especialistas alertam para um possível repasse dos custos ao consumidor, afetando as políticas monetárias do Federal Reserve.
A inflação no atacado nos EUA acelerou em julho, o ritmo mais rápido em três anos, indicando que as empresas estão repassando custos mais altos das importações para os consumidores.
O índice de preços ao produtor (PPI) subiu 0,9% em relação ao mês anterior, o maior avanço desde junho de 2022. Em um ano, o PPI atingiu 3,3%, um sinal de que as tarifas do ex-presidente Donald Trump estão impactando a economia.
Os custos de serviços aumentaram 1,1% em julho, e as margens de atacadistas e varejistas subiram 2%, com destaque para máquinas e equipamentos. Os preços de bens, excluindo alimentos e energia, subiram 0,4%.
Apesar da inflação controlada nos preços ao consumidor, as tarifas estão elevando os preços na cadeia de suprimentos. Ben Ayers, economista da Nationwide, apontou que isso pode resultar em um aumento de preços para consumidores nos próximos meses.
Após a divulgação dos dados, os contratos futuros dos índices de ações caíram, enquanto os rendimentos dos Treasuries subiram. As decisões sobre as taxas de juros dependem de quanto as empresas repassarão os custos das tarifas aos consumidores.
Enquanto o Federal Reserve (Fed) acredita que as tarifas aumentarão a inflação, há incertezas se esse aumento será pontual ou duradouro. Economistas observam de perto o PPI, pois seus componentes influenciam o índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE), a medida de inflação preferida pelo Fed.
Os dados mostraram que os preços dos alimentos representaram 40% do aumento nos custos de bens finais, principalmente devido a vegetais. Um indicador menos volátil do PPI também subiu, atingindo o maior aumento desde 2022.
Além disso, os custos de bens processados para demanda intermediária registraram um aumento de 0,8%, o maior em 2023, impulsionado principalmente pelo óleo diesel.