Inflação no atacado nos EUA tem a maior alta em 3 anos, refletindo aumento nas tarifas
A aceleração da inflação no atacado nos EUA indica que as empresas estão passando para os consumidores os custos mais altos das tarifas impostas. Este movimento pode impactar as decisões do Federal Reserve sobre as taxas de juros em um cenário econômico já desafiador.
Inflação no atacado nos EUA acelerou em julho, o maior ritmo em três anos.
O índice de preços ao produtor (PPI) subiu 0,9% em relação ao mês anterior, indicando que as empresas estão repassando custos mais altos de importações.
O PPI ficou em 3,3% em relação ao ano anterior, evidenciando os efeitos das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump.
Os custos de serviços aumentaram 1,1%, o maior avanço desde março de 2022. As margens de atacadistas e varejistas subiram 2%.
Embora a inflação ao consumidor ainda pareça controlada, as tarifas de importação estão causando aumentos nos preços na cadeia de suprimentos.
Segundo Ben Ayers, da Nationwide, as empresas absorveram os custos até agora, mas a pressão deve resultar em um repasse maior para os preços ao consumidor nos próximos meses.
Os mercados reagiram com queda nos índices de ações e alta nos rendimentos dos Treasuries após os dados do PPI.
A relação entre tarifas e repasse de custos será crucial para as taxas de juros e decisões futuras do Federal Reserve (Fed).
Ainda há incertezas se o aumento de preços será momentâneo ou duradouro. O foco está nos componentes do PPI que influenciam o índice de preços das despesas de consumo pessoal (PCE), que é a medida favorita do Fed.
Os preços de alimentos representaram 40% do avanço, principalmente em vegetais. Por fim, os custos para bens processados subiram 0,8%, o maior aumento do ano, impulsionado pelo óleo diesel.