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Inflação: o pior passou, mas há muita desconfiança

Cenário econômico revela disparidade nas previsões de inflação entre o Banco Central e analistas de mercado, com preocupações sobre a eficácia da política monetária. A pressão dos serviços e correções salariais elevadas geram incertezas e desafios para o cumprimento da meta inflacionária.

Inflação acima da meta: Projeções divergentes para 2026: Banco Central (BC) prevê 3,6% enquanto analistas de mercado apontam 4,5%. Nunca houve tamanha diferença.

Nos preços livres, as estimativas são de 3,4% (BC) e 4,63% (mercado).

Fatores comuns: Ambos consideram Selic a 15% até o final do ano e 12,5% até 2026. Semelhança nas trajetórias da taxa de câmbio e do PIB.

Divergência: Pode ser resultado de diagnósticos distintos sobre o aquecimento da economia. O BC não divulga sua estimativa de crescimento do PIB, mas provavelmente é semelhante aos 2% do mercado.

Acredita-se que o mercado vê a política monetária como menos eficaz, devido à fragilidade fiscal e ao aumento da dívida pública.

Recentes recuos do dólar podem amenizar essa fragilidade.

Desconfiança: A percepção do mercado sobre o compromisso do BC com a meta de inflação afeta as expectativas para 2026, semelhantes ao cenário da presidência de Dilma.

Expectativas atuais são mais rígidas, mesmo após correções na política monetária.

Inflação de serviços: Acumula alta de 5,8% em 12 meses, impulsionada por correções salariais que desalinham-se com a meta de inflação.

A alta salarial é influenciada por políticas públicas, como o aumento do salário-mínimo.

Sinais de melhora: Inflação no atacado mostra queda. Comportamento do dólar e da inflação mundial ajuda a moderar as previsões.

Dólar a R$5,50 surpreende; previsão anterior era R$6,0 para 2025, mas médio prazo ainda é incerto.

Contexto global: A China exerce efeito desinflacionário, com inflação de nível do produtor registrando variação negativa.

Embora o cenário global seja mais favorável, previsões para 2026 ainda se mostram rígidas.

A desconfiança nas expectativas pode ser exagerada. O tempo é favorável ao BC, e a inflação de 2026 pode convergir para sua projeção.

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