Informação privilegiada pode dar cinco anos de condenação até para quem não lucrou, diz criminalista
Investigação sobre insider trading é desencadeada em meio a críticas ao tarifaço de Donald Trump. Especialistas destacam desafios legais e complexidades nas provas para caracterizar o crime no contexto financeiro brasileiro.
Investigação sobre insider trading é aberta pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A investigação foca em operações de câmbio que teriam ocorrido após o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Moraes separou essa investigação do caso envolvendo o deputado Eduardo Bolsonaro, que estaria em conexão com ações contra o STF.
Insider trading refere-se à manipulação de informações confidenciais visando vantagens no mercado financeiro.
Segundo o advogado Sérgio Rosenthal, o crime ocorre quando informações não divulgadas são utilizadas para vantagens indevidas, com pena de 1 a 5 anos de reclusão. A Justiça Federal é responsável por estas ações.
O advogado Dinovan Dumas acrescenta que a configuração do crime inclui:
- Acesso à informação não pública;
- Uso da informação para benefício próprio ou de terceiros;
- Intenção de obter vantagem.
Além disso, quem repassa informações de forma dolosa pode ser responsabilizado.
Dumas destaca que a decisão de Moraes de desmembrar a investigação é juridicamente correta e visa evitar contaminação probatória.
Consequências jurídicas incluem sanções administrativas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e responsabilizações cíveis.
Os especialistas ressaltam a complexidade das investigações, devido à necessidade de provas diretas e conhecimento técnico, além de possíveis pressões políticas que podem surgir.