Iniciativas aliam economia, sustentabilidade e inclusão social na Amazônia
Projeto Ochroma utiliza bioextrato de pau-de-balsa como alternativa ao mercúrio na mineração, promovendo a sustentabilidade na Amazônia. A iniciativa exemplifica a integração de saberes tradicionais e científicos para enfrentar desafios econômicos e ambientais na região.
Integração de saberes tradicionais e científicos pode gerar soluções inovadoras para a economia e sustentabilidade ambiental.
Um exemplo é o projeto Ochroma, que utiliza bioextrato de pau-de-balsa como alternativa ao mercúrio na mineração artesanal na Amazônia. O método, desenvolvido por afrodescendentes e indígenas em Chocó, Colômbia, é sustentável e seguro, evitando a liberação de mercúrio.
O mercúrio causa dano neurológico e comprometimento fetal. Melina Risso, do Instituto Igarapé, afirma que o projeto promove a subsistência das comunidades e a diversificação econômica.
O projeto é resultado de uma parceria acadêmica com a comunidade local e é uma das seis iniciativas da pesquisa Como transformar a economia na Amazônia, que mostra o potencial da bioeconomia.
A pesquisa também destaca a Associação dos Produtores Rurais de Carauari (Asproc), que garante renda sustentável para comunidades ribeirinhas por meio de práticas de cogestão e cultivo de produtos locais, como óleos vegetais e açaí. Em 2022, beneficiou 251 famílias com uma receita anual de R$ 2,5 milhões.
A Kallari, no Equador, é uma cooperativa de 850 famílias Kichwa que cultiva cacau de maneira sustentável, preservando os agrossistemas e a cultura local. A produção de chocolate garante que o valor agregado fique na comunidade.
A Belterra Agroflorestas implementação sistemas agroflorestais, recuperando terras degradadas e promovendo a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores rurais.
A Rede Origens Brasil conecta comunidades amazônicas a mercados éticos, movimentando mais de R$ 23 milhões desde 2016 e conservando 61 milhões de hectares de floresta.
A Amaz é uma catalisadora de transformações na região, promovendo restauração florestal e investindo em negócios de impacto. Desde sua fundação, beneficiou mais de 750 famílias e contribuiu para a conservação de 433.399 hectares de floresta.
Para Risso, a transição para uma bioeconomia robusta na Amazônia requer condições estruturais e financiamento acessível, visando aumentar a viabilidade e reduzir práticas predatórias.
"As iniciativas já são uma realidade e oferecem esperança, mas precisam de apoio para se tornarem comuns", conclui Risso.