INSS ignorou regras e permitiu descontos em massa com biometria paralela, diz jornal
INSS ignora denúncias e continua permitindo descontos irregulares em benefícios previdenciários. A flexibilização das normas para associações cria brechas que favorecem fraudes e descontentamento entre os beneficiários.
INSS autorizou descontos em massa em benefícios previdenciários, utilizando sistemas paralelos, mesmo após denúncias e regras internas para impedir tais operações.
Documentos obtidos pelo Jornal Nacional revelam que a prática persistiu, apesar de alertas da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU), além de investigações da Polícia Federal.
Em julho de 2024, o INSS restringiu novos descontos a assinatura eletrônica avançada e biometria oficial dos beneficiários. Entretanto, a ANDDAP e outras associações encontraram brechas em plataformas privadas, resultando em mais de 184 mil filiações.
- A Amar Brasil ABCB filiou 39 mil beneficiários em dezembro de 2024.
- A Masterprev cadastrou mais de 15 mil em julho de 2024.
A plataforma oficial do INSS mostra que 99% dos beneficiários não autorizaram os débitos dos descontos. Há reivindicações na internet e processos judiciais contra as associações.
Apesar das irregularidades, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, permitiu o uso de biometria paralela por 16 entidades, ignorando a exigência da Dataprev.
O sistema oficial foi finalizado em setembro de 2024, mas Stefanutto prorrogou o uso da biometria paralela até janeiro de 2025.
O atual presidente, Gilberto Waller Junior, criticou a decisão, afirmando que isso possibilita fraudes. As associações estão em auditorias da CGU e investigações da PF, mas não foram bloqueadas na Justiça até o momento.