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Instabilidade criada pelos EUA não acabou e vai durar no mínimo dois anos, diz Eurasia

Ian Bremmer alerta que a instabilidade nas relações comerciais globais persistirá por anos, mesmo após o acordo entre EUA e China. Ele destaca que mudanças estruturais nas políticas americanas impactarão o comércio e cadeias de suprimento mundial.

Ian Bremmer, analista-chefe e CEO da consultoria Eurasia, afirmou que a instabilidade causada pelos EUA após o acordo com a China para pausar a guerra tarifária não foi resolvida. Ele prevê que essa situação deve durar pelo menos dois, provavelmente quatro anos.

Durante a Brazil Week em Nova York, Bremmer comentou que os EUA estão em um momento em que o presidente Donald Trump está ouvindo conselheiros competentes. No entanto, ele expressou dúvida sobre a duração desse cenário, apontando que Trump confia em figuras como Peter Navarro e Stephen Miller, que podem trazer de volta uma postura mais agressiva em relação à China.

Segundo Bremmer, a volatilidade gerada pelo governo Trump já altera permanentemente as relações com parceiros tradicionais, como Canadá e Europa, criando disrupções estruturais no comércio global e nas cadeias de suprimento.

Ele observou que, embora Trump represente um sintoma do sentimento americano médio, suas políticas geram mudanças que não terminarão com seu governo, mas que podem levar a uma crise maior.

Sobre o Brasil, Bremmer indica que o país está em uma boa posição atualmente, sem pressões significativas para se afastar da China. No entanto, ele destaca que o Brasil está atrasado no uso de inteligência artificial, um desafio que o país deve enfrentar urgentemente.

Ele também criticou a liderança brasileira, mencionando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aos quase 80 anos, não utiliza smartphone e faz anotações em papel, enfatizando que “a liderança atual precisa de tecnologia e IA em tempo real”.

Bremmer concluiu destacando que não falaria muito sobre o futuro do Brasil, pois a sala tinha especialistas no assunto e mencionou a presença de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, recebendo aplausos.

*O jornalista viajou a convite do Citi

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