“Intento golpista” de Bolsonaro estava presente desde 2021, diz PF
Relatório revela que tentativas de desestabilização do governo Bolsonaro estavam em andamento desde 2021. Conversas entre aliados indicam planos para descredibilizar as urnas eletrônicas e ações que visavam subverter a ordem democrática.
Relatório da PF enviado ao STF nesta quarta-feira (18.jun.2025) revela que o “intento golpista” do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava presente nos eventos de 7 de setembro de 2021.
As conclusões são baseadas em trocas de mensagens do celular do coronel Flávio Botelho Peregrino, ex-assessor da Casa Civil durante a gestão do general Walter Braga Netto.
Investigações indicam que Braga Netto liderava um grupo de 6 pessoas com o objetivo de descredibilizar as urnas eletrônicas. No evento do 7 de setembro, Bolsonaro fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes e à segurança das urnas, pedindo “eleições auditáveis”.
O relatório cita uma conversa no WhatsApp entre Braga Netto e Mauro Cid, evidenciando que os envolvidos tinham consciência da “gravidade dos fatos” que visavam subverter o regime democrático.
A conversa abordou uma carta à nação divulgada por Bolsonaro em 9 de setembro de 2021, em resposta às suas críticas. Mauro Cid afirmou que Bolsonaro estava “apanhando muito” e desejou que não houvesse “migalhas”. Braga Netto respondeu que podiam “virar a mesa” já que Bolsonaro tentara apaziguar a relação com o STF.
No mesmo diálogo, Braga Netto indicou uma tentativa de “ruptura institucional”, afirmando que se algo não fosse cumprido, Bolsonaro revelaria os planos e romperiam com certos combinados.