Investidores desovam títulos da Braskem por apreensão com Tanure

Investidor Nelson Tanure preocupa bondholders da Braskem

O investidor Nelson Tanure, conhecido por investir em empresas em dificuldades, gerou apreensão entre os bondholders da Braskem.

Desde 23 de maio, os títulos em dólar da empresa, com vencimento em 2030, caíram 14 centavos, sendo negociados a 71,73 centavos de dólar.

A média de perdas para investidores nos bonds foi de 11%, enquanto empresas emergentes tiveram ganhos de 1,1%.

A preocupação se deve a possibilidade de Tanure pressionar por uma reestruturação da dívida pendente de US$ 9,1 bilhões.

O prêmio exigido por investidores para manter os títulos aumentou, alcançando 880 pontos-base, próximo de 1.000 pontos-base, que indica estresse no mercado.

A Braskem apresenta uma relação de dívida líquida e Ebitda de 7,9 vezes, em contrapartida, a concorrente Alpek reportou 3,1 vezes.

A Fitch Ratings e a S&P Global rebaixaram a nota de crédito da Braskem para BB devido a condições desafiadoras do setor.

Além disso, a empresa se recupera de um desastre ambiental em Alagoas, que afetou seu status de grau de investimento, mas afirmou que não há perigo iminente.

A Braskem possui caixa suficiente para cobrir dívidas nos próximos 33 meses e não está em negociações internas de reestruturação, segundo fontes.

A Petrobras, acionista significativa, está aberta a propostas de Tanure, que planeja expandir operações usando gás natural da pré-sal.

Um potencial perigo para os bondholders seria a venda de ações da Novonor com descontos, o que poderia levar a uma redução das obrigações para os investidores.

A Novonor tem tentado vender sua participação na Braskem, desde o fracasso de um acordo com a Adnoc.

Tanure, com um histórico de investir em empresas em dificuldades, contratou o Rothschild & Co. para estruturar uma possível oferta pela Braskem.