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Investidores diversificam do dólar e Brasil tem sido beneficiado, diz André Esteves

André Esteves, do BTG Pactual, analisa que o ambiente geopolítico e a gestão econômica de Trump levam investidores a repensar a exposição ao dólar em busca de diversificação. O Brasil se destaca como um destino favorável para a realocação de portfólios, impulsionado por sua posição estratégica no comércio global.

O cenário global de investimentos está mudando devido à tese protecionista do presidente Donald Trump e aos riscos geopolíticos crescentes. Essa análise é de André Esteves, presidente do conselho e sócio sênior do BTG Pactual.

Durante a Global Managers Conference, Esteves destacou que 10% do dólar já recuou contra moedas globais, o que sinaliza uma busca por diversificação nos portfólios de investimento. Embora o dólar continue a ser a moeda de reserva global, há espaço para essa diversificação.

O ambiente de investimentos se inverteu após anos de atração de capital para os EUA, que eram vistos como um refúgio seguro em função de sua previsibilidade institucional e inovação tecnológica.

Contudo, a retórica e as ações da gestão Trump têm gerado volatilidade no mercado, forçando bancos centrais e fundos a reduzir sua exposição em dólares. A expectativa é que a exposição em dólares passe de 65% para 55%.

Apesar disso, a bolsa americana está se mantendo estável, com o S&P 500 próximo ao seu recorde histórico. Esteves afirmou que as empresas americanas continuam fortes, mesmo que com valuations altos.

O Brasil se beneficia dessa realocação de portfólios, com uma alta de 14% no Ibovespa em 2025. Esteves acredita que a mudança de preços está mais relacionada ao mercado externo do que ao interno.

A posição estratégica do Brasil no cenário atual, marcada por uma neutralidade política e boas relações internacionais, coloca o país em vantagem. Com um déficit comercial em relação aos EUA, o Brasil pode ser menos impactado pelas tarifas de Trump, tornando essas situações uma oportunidade em vez de um risco.

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