Investidores tentam ‘desovar’ R$ 10 bi em CDBs do Banco Master, e juros sobem
Investidores estão se desfazendo de CDBs do Banco Master, elevando os rendimentos e dificultando a captação de recursos. O movimento é impulsionado pela preocupação com a liquidez da instituição após o anúncio de um acordo controverso de venda ao BRB.
Investidores pessoas físicas estão se desfazendo de títulos de dívida do Banco Master, afetando a captação de recursos e elevando os rendimentos ofertados.
Mais de R$ 10 bilhões em Certificados de Depósito Bancário (CDBs) do Banco Master estão à venda nas plataformas da XP e do BTG Pactual, com rendimentos de inflação + 11,5% para vencimentos em 2026.
O desinvestimento ocorreu após um acordo controverso para a venda do banco ao BRB, gerando críticas de que se trata de um socorro governamental.
O Banco Master enfrenta desafios financeiros, com R$ 8,3 bilhões em depósitos vencendo no primeiro semestre de 2024 e R$ 16 bilhões em dívidas vencendo ainda neste ano.
Os ativos do banco, como precatórios e ações de empresas com dificuldades financeiras, são considerados de difícil venda.
Analistas questionam se o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) deveria oferecer uma linha de crédito emergencial ao banco para evitar problemas de liquidez. Essa possibilidade está sendo discutida com o Banco Central e outras autoridades.
O Banco Master teve um crescimento acelerado nos últimos anos, mas esse modelo de negócios e a alteração nas regras do Banco Central geraram incertezas sobre seu futuro.
O acordo com o BRB pode manter parte do banco em uma holding separada. A aprovação do Banco Central é necessária para prosseguir com a transação.
O FGC possui R$ 107,8 bilhões em liquidez e precisaria de até R$ 50 bilhões para pagar investidores do Master, segundo analistas.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, se reunirá com executivos do Banco Master para discutir a situação.