Investidores tentam se desfazer de R$ 10 bi em CDBs do Master, diz agência

Investidores pessoas físicas estão se desfazendo de títulos do Banco Master, elevando os rendimentos e dificultando a captação de recursos do banco, que enfrenta problemas para cumprir obrigações de curto prazo.

Mais de R$ 10 bilhões em Certificados de Depósito Bancário (CDBs) estão à venda nas plataformas da XP e do BTG Pactual. Os CDBs do Master oferecem rendimentos de inflação mais 11,5% para vencimentos em maio de 2026, em comparação com inflação mais 8,5% do Banco Pine.

A venda massiva de títulos começou após um acordo controverso para a compra do Banco Master pelo BRB, gerando incerteza entre os investidores. Representantes dos bancos envolvidos não comentaram.

Aqueles com até R$ 250 mil no banco contam com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). O Banco Master tem aproximadamente R$ 8,3 bilhões em depósitos vencendo no primeiro semestre e R$ 4,6 bilhões no segundo, com R$ 16 bilhões em dívidas a vencer este ano.

A maioria dos ativos do banco é difícil de vender, gerando preocupações sobre a liquidez e a necessidade de uma linha de crédito emergencial do FGC. Analistas sugerem uma solução a ser discutida com o Banco Central e bancos privados.

O Banco Master teve uma rápida expansão, alugando um escritório em Miami e adquirindo concorrentes, mas dependeu fortemente do financiamento de pessoas físicas. O acordo com o BRB envolve a criação de uma holding, mas os detalhes ainda não estão claros.

A transação precisa da aprovação do Banco Central, que aguarda mais informações. O FGC possui R$ 107,8 bilhões em liquidez e pode precisar liberar até R$ 50 bilhões para honrar os compromissos com os investidores do Master. O presidente do BC se reunirá com executivos do banco para discutir a situação.