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Investimento de R$ 10 bi pode ser cancelado, se País não controlar importação, diz ArcelorMittal

Setor siderúrgico brasileiro enfrenta pressão crescente com aumento de importações de aço asiático, enquanto ArcelorMittal busca renovação de medidas tarifárias. Presidente da empresa destaca a importância de ações governamentais para garantir confiabilidade nos investimentos futuros.

Importações de aço da China e da Ásia afetam siderúrgicas brasileiras. De janeiro a março de 2024, as importações cresceram 34%, e a tendência é que o ritmo continue em abril. O sistema de cotas-tarifas do governo brasileiro, que não cumpriu a função esperada, vence este mês.

Jorge Luiz Ribeiro de Oliveira, presidente da ArcelorMittal Brasil, pede a renovação desse sistema em maio. A China representa quase dois terços das importações de aço, que é cerca de 25% do consumo total.

A ArcelorMittal, maior produtora de aço do Brasil com 42% de market share, planeja R$ 10 bilhões em novos investimentos até 2025. Em 2022, iniciou um ciclo de investimentos de R$ 25 bilhões que deve ser concluído até 2027.

As tarifas dos EUA, instauradas por Donald Trump desde março, impactaram as exportações brasileiras, mas a demanda nos EUA mantém-se estável. A ArcelorMittal não teve grandes perdas nas exportações devido à alta dos preços das placas de aço.

A empresa continua fornecendo 100 mil toneladas de steel cord anualmente para os EUA, a partir de sua unidade de Calvert, no Alabama. A obra de uma nova unidade com capacidade de 1,5 milhão de toneladas está em fase final e deve iniciar operações em breve.

O aumento nas importações, principalmente da China, e as medidas tarifárias têm gerado preocupações no setor. Oliveira afirma que é crucial renovar os acordos tarifários e discutir alternativas com o governo para proteger a indústria local de novas quedas nos preços.

A manutenção do regime atual de tarifas e cotas é defendida por Oliveira enquanto discutem-se outras opções para fortalecer a proteção ao mercado interno.Previsões indicam aumento de 75% nas importações até 2025.

O futuro dos investimentos da ArcelorMittal no Brasil dependerá de medidas eficazes de controle de importação. A expectativa é que o governo responda positivamente até o dia 31 de maio, garantindo condições para a continuidade dos investimentos e geração de empregos.

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