Investimento estrangeiro direto na América Latina cresce 7% em 2024, aponta Cepal
Crescimento do IED na região é impulsionado principalmente pela reinversão de lucros, enquanto novos aportes permanecem em queda. A Cepal destaca a necessidade de estratégias para atrair investimentos mais robustos nos governos latino-americanos.
Investimento Estrangeiro Direto (IED) na América Latina cresceu para US$ 188,96 bilhões em 2024, um aumento de 7,1% em relação a 2023, segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).
No entanto, a Cepal alertou sobre a estagnação de novos investimentos, que estão no segundo menor nível desde 2010. O IED representou 13,7% da formação bruta de capital fixo e 2,8%% do PIB da região, percentuais inferiores aos da década de 2010.
José Manuel Salazar-Xirinachs, Secretário Executivo da Cepal, destacou que o contexto internacional atual, com insegurança e tensões geopolíticas, impacta as decisões de investimento.
O crescimento do IED em 2024 teve como base a reinversão de lucros, que aumentou 18%, representando 52% do total. Em contrapartida, os aportes de capital continuaram a cair, representando 34% do total e com uma queda de 12%% por dois anos consecutivos.
As receitas por aportes de capital em 2024 são as mais baixas desde 2010, com US$ 68,066 bilhões recebidos entre 2020 e 2024, o que equivale a uma redução de 20%% em relação à década de 2010.
Brasil foi o principal destino do IED, recebendo 38% dos investimentos, seguido do México (24%). Juntos, representam 61,6% do total da região. Porém, Colômbia, Chile e Argentina apresentaram entradas inferiores a 2023.
Aumento de 57%% na reinversão de lucros no Brasil contribuiu para um crescimento de US$ 71,07 bilhões em entradas líquidas, apesar de uma queda de 15%% nos aportes de capital.
Os Estados Unidos foram novamente o maior investidor, com 38%% do total, enquanto a participação da União Europeia caiu a 15%%, o menor desde 2012.
A Cepal enfatizou a necessidade de os governos latino-americanos adotarem o IED como ferramenta estratégica no desenvolvimento produtivo, visando um crescimento inclusivo e sustentável.
“América Latina e Caribe devem aproveitar o IED para um desenvolvimento mais produtivo”, destacou Salazar-Xirinachs.