Investimento externo na B3 é maior desde 2022
Forte ingresso de capital estrangeiro na Bolsa brasileira acena para um semestre promissor em 2025. Expectativas de cortes de juros nos EUA e mudança na política fiscal ampliam o otimismo no mercado.
Expectativa positiva para a Bolsa brasileira em 2025
O fluxo de capital estrangeiro para a Bolsa brasileira caminha para o melhor primeiro semestre em três anos, com previsão de continuidade do crescimento nos próximos meses. Isso se deve ao potencial corte de juros nos EUA e a uma política fiscal mais restritiva prevista para 2027.
Até 25 de junho, o fluxo estrangeiro para a B3 somava R$ 25,2 bilhões, o saldo mais alto desde 2022. Comparado a anos anteriores, o saldo foi negativo em R$ 40,1 bilhões em 2022 e positivo em R$ 17,0 bilhões em 2023.
A possibilidade de mudança fiscal em um novo governo ganha destaque, especialmente após a recente rejeição do aumento do IOF pelo Congresso. Kevin Oliveira, da Blue3, observa que isso indica perda de força do governo no Congresso.
O JPMorgan aponta que o mercado ignora preocupações fiscais e foca no corte da Selic e nas eleições de 2026. A Bolsa brasileira permanece como uma das principais apostas, ao lado de outros países emergentes.
A popularidade em queda do presidente Lula sugere que investidores considerem uma possível troca de governo, embora Eduardo Carlier alertou que é cedo para previsões seguras sobre candidatos.
O cenário global de diversificação de carteiras e a queda do dólar favorecem o ingresso de recursos no Brasil. Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria, afirma que a renda variável ainda está descontada, o que atrai investidores, mesmo com os altos juros.
Gabriel Mollo, do Banco Daycoval, acredita que a expectativa de cortes nos juros do Federal Reserve impulsionará a entrada de capital externo na B3. Ele antecipa um aumento em setembro, estimulando investimentos.
Apesar da posição contracionista do Banco Central em relação à Selic, a expectativa é que os investidores estrangeiros continuem interessados no Brasil, especialmente se houver clareza nas trajetórias de juros.
Kevin Oliveira também vê bons resultados corporativos impulsionando o fluxo de capital e prevê que o Ibovespa pode atingir entre 140 mil e 145 mil pontos até o final de 2025.
Porém, Enrico Cozzolino, da Levante, alerta que algumas medidas fiscais podem limitar a alta do índice e menciona que a Bolsa despencou após o governo intensificar sua comunicação.