Investimentos isentos de Imposto de Renda nem sempre valem a pena; veja como analisar
Especialistas alertam que a isenção de Imposto de Renda não deve ser o principal critério na escolha de investimentos. É fundamental avaliar a rentabilidade líquida real e os riscos associados a cada produto.
A isenção do Imposto de Renda é atrativa, mas não deve ser o único critério de escolha para investimentos. Especialistas alertam que produtos isentos podem oferecer rendimentos inferiores devido à busca excessiva por essa característica.
Atualmente, são isentos: debêntures incentivadas, LCIs, LCAs, CRIs, CRAs e a poupança. Em renda variável, dividendos de ações e ganhos com vendas de ações abaixo de R$ 20 mil não pagam IR.
A preferência por produtos isentos pode resultar em menores rentabilidades. Rafael Haddad, planejador do C6 Bank, destaca a importância de comparar produtos isentos e não isentos com características semelhantes, como emissor e garantias.
Uma fórmula prática para calcular a rentabilidade líquida é: rentabilidade bruta × (1 - alíquota de IR). Por exemplo, um CDB a 100% do CDI com IR de 15% rende 85% do CDI.
- LCIs e LCAs precisariam render ao menos 85% do CDI para serem vantajosas.
Dados mostram que letras de liquidez diária estão a 90% do CDI, rendendo cerca de 13,09% ao ano. Os CDBs podem variar, mas muitos ficam abaixo das letras isentas. A escolha entre CDBs e LCIs ou LCAs depende da rentabilidade líquida.
CRIs, CRAs e debêntures não têm proteção do FGC e devem ser comparados a títulos públicos. O Tesouro prefixado (LTN) 2028, por exemplo, oferece 13,5% ao ano.
Fundos de investimentos de renda fixa são uma alternativa, pois permitem acesso a produtos isentos de IR com menor risco e maior liquidez.
Assim, a escolha do investimento deve considerar não apenas a isenção de impostos, mas também a real rentabilidade líquida e o risco envolvido.