IPCA mensal suave, mas acima da meta em 12 meses: economistas reforçam cautela
IPCA de julho apresenta variação abaixo do esperado, mas ainda permanece acima da meta do Banco Central. Economistas indicam a necessidade de cautela e manutenção da taxa de juros diante das pressões inflacionárias persistentes.
IPCA de julho divulgado pelo IBGE apresenta variação de 0,26%, abaixo do esperado pelo mercado. O resultado é impulsionado por alimentos e a valorização do real frente ao dólar.
Apesar da desaceleração, o índice acumulado em 12 meses permanece alto, a 5,23%, longe da meta de 3% do Banco Central. A recomendação entre economistas é por um Copom cauteloso e manutenção da taxa de juros.
Os principais alívios vieram dos grupos de Alimentação e Bebidas (-0,27%) e Vestuário (-0,54%). Porém, pressões de alta foram notadas em Habitação (+0,91%), Despesas Pessoais (+0,76%) e Transportes (+0,35%).
André Valério, economista do Inter, considera o resultado uma surpresa positiva e prevê deflação em agosto, devido ao bônus de Itaipu. Ele mantém a expectativa de cortes na taxa de juros a partir de dezembro.
Leonardo Costa, do ASA, nota um balanço misto nos núcleos de inflação, com inflação de bens industrializados surpreendendo para baixo, enquanto serviços permanecem elevados.
Igor Cadilhac, do PicPay, destaca que todos os indicadores, exceto serviços, superaram projeções. A recomendação é pela manutenção da Selic em 15% até o fim do ano.
Gustavo Rostelato, da Armor Capital, observa uma dicotomia: deflação em bens, mas serviços causando pressão. A média dos núcleos também ficou abaixo das projeções.
Gustavo Sung, da Suno Research, ressalta a necessidade de cautela até que a inflação convirja para a meta. Claudia Moreno, do C6 Bank, alerta que a queda nos preços pode ser temporária, prevendo um IPCA de 5% em 2025 e 5,7% em 2026.