Ipea: Tarifas sobre aço e alumínio devem ter impacto reduzido no PIB do Brasil
Cobrança de tarifa de 25% sobre aço e alumínio pelos EUA impactará levemente o PIB e exportações do Brasil. O setor siderúrgico, no entanto, enfrentará perdas significativas, especialmente nas vendas de produtos semiacabados.
Tarifa de 25% sobre importação de aço e alumínio nos EUA começa a ser aplicada e pode impactar o PIB do Brasil em apenas 0,01%, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A tarifa irá reduzir as exportações brasileiras em 0,03% e terá um efeito significativo no setor de Metais Ferrosos, com uma queda de produção de 2,19% e redução de 11,27% nas exportações.
Estimativas do Ipea indicam uma perda de exportação de aproximadamente US$ 1,5 bilhão e 1,6 milhão de toneladas, com a queda de 36,2% nas vendas para os EUA.
Mais de 10% do faturamento do setor siderúrgico brasileiro será afetado, principalmente nas vendas de produtos semiacabados, onde 90% das exportações vão para os EUA.
Marco Polo de Mello Lopes, presidente do Instituto Aço Brasil, destaca a necessidade de um novo regime especial, semelhante ao de cotas de exportação, que vigorou entre 2018 e 2020.
Ele aponta que as exportações são complementares e que o Brasil deve reestabelecer o acordo de cotas, dada a relação com a indústria norte-americana.
Lopes alerta ainda que a proteção norte-americana pode levar a novos desafios para outros exportadores, como a China, que buscará novos mercados.
O Ipea também prevê que as importações de Metais Ferrosos nos EUA cairão em 39,2%, enquanto a produção doméstica aumentará em 8,95%. Contudo, setores como máquinas e veículos sofrerão impactos negativos devido ao aumento de custos.
Canadá e México são citados como os mais afetados, com quedas de 31,4% e 21,3% em exportações de metais ferrosos, respectivamente.