Irã diz estar disposto a cooperar com Agência Internacional de Energia Atômica 'sob uma nova forma'
Irã propõe nova forma de cooperação com a AIEA em meio a tensões com Israel e EUA. Diplomacia e segurança permanecem em foco, enquanto Teerã busca garantir seu direito ao enriquecimento de urânio.
Irã está disposto a cooperar com a AIEA, declarou neste sábado, 12, seu chefe da diplomacia, Abbas Araqchi. O país reafirmou compromisso com soluções diplomáticas para seu programa nuclear.
A declaração surge após bombardeios de Israel e Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas entre 13 e 24 de junho. O ataque visava impedir o desenvolvimento de armas nucleares, aspiração que o Irã nega.
Araqchi destacou que a cooperação com a AIEA "não foi interrompida", mas que será adotada uma "nova forma". No início de julho, o Irã suspendeu oficialmente toda cooperação com a AIEA após a aprovação de uma lei no Parlamento.
Cooperação gerida pelo Conselho Supremo de Segurança do Irã e Araqchi afirmou que o país está pronto para gerar confiança através da diplomacia, desde que os parceiros sejam sinceros.
Após as tensões, as negociações entre Washington e Teerã sobre o programa nuclear foram suspensas. No entanto, o Irã anunciou que estuda a possível retomada destas negociações.
No contexto do conflito, bombardeios dos EUA atacaram instalações de enriquecimento de urânio em Fordo, Isfahan e Natanz. O alcance dos danos permanece desconhecido.
A AIEA ressaltou a importância de retomar diálogos para supervisão das atividades nucleares do Irã. Durante a guerra, Israel realizou diversos ataques e o Irã respondeu com mísseis e drones.
Os dois países estão em desacordo sobre enriquecimento de urânio: Teerã considera um direito "inegociável", enquanto Washington vê como uma "linha vermelha". Atualmente, o Irã enriquece urânio a 60%, acima do limite de 3,67% estipulado pelo acordo internacional de 2015, do qual os EUA se retiraram em 2018.
Para fabricação de uma bomba, o enriquecimento deve alcançar 90%.