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Isolacionismo de Trump impacta combate à fome na África e prejudica imagem americana na região

A política isolacionista dos EUA sob Trump impacta a ajuda humanitária na África, aumentando a dívida com a FAO. Analistas alertam que a falta de cooperação pode enfraquecer a influência americana na região, onde a fome e a desnutrição permanecem alarmantes.

Isolacionismo americano impacta programas sociais na África, conforme análise do Estadão.

A política “América em Primeiro Lugar” pode afetar a influência dos EUA na região, atualmente cobiçada pela China e pela Rússia.

Os EUA têm uma dívida de R$ 699,9 milhões (US$ 134,6 milhões) com a FAO até junho de 2025, o que duplicou desde o fim do governo Biden. Esse valor é composto por:

  • R$ 343,2 milhões (US$ 66 milhões) referentes ao primeiro semestre;
  • R$ 346,8 milhões (US$ 68 milhões) deixados pela administração anterior.

Em 2023, os EUA foram responsáveis por 43% do financiamento humanitário entre países.

Segundo a meta 17 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, países desenvolvidos devem colaborar para melhorar condições de vida nos em desenvolvimento, representando 0,7% da renda nacional bruta.

Atualmente, os EUA contribuem com apenas 0,25% de seu PIB.

No segundo mandato, Donald Trump se opõe a acordos multilaterais e prioriza a força econômica e bélica dos EUA.

A USAID, criada em 1961, foi a principal agência de ajuda humanitária, mas teve suas operações encerradas por Trump. Em 2024, estimativas projetam que a USAID gerenciaria US$ 35 bilhões em ajuda.

A USAID tinha contribuído para a redução de 65% dos contágios de HIV e ajudou a combater a desnutrição na África.

A FAO relata que a África enfrenta altas taxas de desnutrição: mais de 733 milhões de pessoas passam fome, com 20% residindo no continente.

Pesquisadores da UFBA indicam que a lacuna deixada pelos EUA pode causar 14 mil mortes até 2030.

Apesar dos desafios logísticos, não há alternativas imediatas para substituir a assistência humanitária americana.

A China poderia atuar, mas seu estilo de influência é diferente, focando em investimentos estruturais que tornam os países futuros devedores.

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