Israel acelera saída de palestinos de Gaza após Trump pedir esvaziamento do território
Israel permite saída de palestinos da Faixa de Gaza após proposta de Trump, mas com críticas à sua natureza. A medida foi vista como parte de um plano controverso de reassentamento, levantando preocupações sobre a situação humanitária no território.
Israel permitiu a saída de centenas de palestinos da Faixa de Gaza nas últimas semanas, após meses de bloqueio. Essa liberação foi acelerada após a proposta do presidente dos EUA, Donald Trump, em fevereiro, de esvaziar o território.
A proposta de Trump foi denunciada como uma limpeza étnica pela ONU e por grupos de direitos humanos. Apesar das críticas, ministros israelenses apoiaram a ideia. O chefe da Defesa, Israel Katz, anunciou a criação de um órgão para implementar o plano e facilitar saídas que ele chamou de "voluntárias".
Até o momento, aproximadamente centenas de pessoas deixaram Gaza. A França recebeu mais de 170, a Alemanha, mais de 70, e outros países, dezenas.
Embora autoridades israelenses, como o ministro do interior Moshe Arbel, tentem caracterizar as saídas como voluntárias, diplomatas afirmam que muitos estavam tentando sair há muito tempo. A maioria dos que partiram possui dupla nacionalidade, são dependentes ou estavam buscando tratamento médico.
As saídas começaram a retomar em pequeno número no final do ano passado. As aprovações aumentaram após a declaração de Trump sobre o assento de Gaza. Os esforços de Trump para que a Jordânia e o Egito aceitassem os habitantes de Gaza foram rejeitados.
Recentemente, o governo de Binyamin Netanyahu aprovou um plano para intensificar a ofensiva contra o Hamas, visando forçar palestinos a se concentrar em áreas menores no sul de Gaza. Um funcionário de segurança israelense afirmou que a saída dos palestinos do território era um dos objetivos da ofensiva.
Não está claro se os que deixaram Gaza poderão retornar, mas muitos expressam desejo de voltar, apesar das condições humanitárias graves. Dunya al-Amal Ismail, poeta palestina que saiu para a França, garantiu que retornaria após o fim de sua bolsa de estudos, reafirmando que não houve exigência formal para migrar.