Israel apura se soldados atiraram contra fila por comida em Gaza
Investigação busca esclarecer supostos disparos contra civis em fila por alimentos na Gaza, após relatos de soldados sobre ordens superiores. O governo de Netanyahu enfrenta crescente pressão interna e internacional em meio à crise humanitária no território.
Forças Armadas de Israel abriram uma investigação sobre disparos contra palestinos desarmados na Faixa de Gaza, o que pode ser classificado como crime de guerra.
No último mês, aumentaram os relatos de ataques contra concentrações de palestinos em busca de alimentos. A única fonte de alimentação no território, a FHG (Fundação Humanitária de Gaza), é financiada por Israel e EUA e surgiu após um bloqueio imposto desde o colapso do cessar-fogo entre Israel e o Hamas no fim de março.
O jornal Haaretz revelou que comandos para atirar em civis teriam vindo de autoridades superiores, enquanto o governo de Gaza relata 549 mortos desde 27 de maio, elevando para 56 mil o total de vítimas desde o início dos conflitos.
O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu desqualificou os relatórios como um "libelo de sangue", enquanto o ministro da Defesa, Israel Katz, e o Exército negaram as acusações, mas decidiram pela investigação.
Desde o ataque do Hamas em 7 de outubro, Israel intensificou as ações em Gaza. Apesar de alegar vitórias, Netanyahu enfrenta críticas sobre a emergência humanitária e sua necessidade de manter o apoio da direita radical que sustenta seu governo.
O bloqueio de Israel é criticado por organizações internacionais como tentativa de asfixiar a população. O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que buscar comida não deve resultar em condenação à morte para civis.
A FHG, com apoio de segurança americana e uma doação recente de US$ 30 milhões do governo Trump, é a única operadora humanitária relevante na região. Israel e EUA também estão buscando novas acomodações regionais após a guerra contra o Irã, com uma comitiva israelense se dirigindo à Casa Branca para debater termos de paz.
O governo Netanyahu parece determinado a avançar nas negociações de paz após conflitos recentes, visando não apenas a Arábia Saudita, mas também um possível envolvimento da Síria, agora sob controle de uma frágil aliança que busca reconhecimento ocidental.