Israel ataca complexo militar do Irã e intercepta mísseis iranianos
Ataques israelenses visam retardar programa nuclear do Irã, que responde com mísseis em direção a Tel Aviv. A tensão na região continua alta, com países do Golfo elevando o nível de alerta e a diplomacia sendo considerada uma saída necessária.
Ataques aéreos israelenses atingiram um grande complexo militar iraniano, próximo a Teerã, em 23 de outubro, conforme reportado pela mídia estatal Nour News e Reuters.
O ataque era esperado, segundo o professor de Relações Internacionais Vitelio Brustolin, da UFF e Harvard.
No mesmo período, sirenes soaram em Tel Aviv, sinalizando a detecção de mísseis do Irã. Este ataque pode ser uma das respostas iranianas a Israel e, possivelmente, aos EUA.
Durante uma reunião da ONU em 22 de outubro, o embaixador iraniano Amir Saeid Iravani afirmou que o Irã decidirá "o momento, a natureza e a escala da resposta proporcional" aos EUA.
Objetivo dos ataques: retardar o programa nuclear iraniano. Estimativas dos EUA sugerem um atraso de até seis meses, enquanto os EUA buscam eliminar o programa.
Apesar dos ataques, o Irã não registrou vazamentos significativos de radiação, indicando que 408 quilos de urânio enriquecido a 60% foram retirados de suas instalações.
O conflito permanece incerto e dependerá da resposta iraniana, que pode ter consequências amplas na região do Golfo.
Países como Arábia Saudita, Bahrein, Kuwait, Qatar e Emirados Árabes estão em alerta e reforçando a segurança, temendo retaliações iranianas.
Brustolin alerta que um ataque direto do Irã aos EUA poderia resultar em resposta militar americana, ampliando o conflito.
Diante deste cenário, a diplomacia é vista como uma saída necessária para evitar uma guerra de grandes proporções. Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, enfatizou essa necessidade na reunião emergencial da ONU.
A história do programa nuclear iraniano remonta a 1950, com apoio dos EUA, mas a Revolução Islâmica de 1979 interrompeu esse suporte, levando a recomeços discretos nas atividades nucleares nos anos 1980.
Atividades nucleares do Irã tornaram-se mais evidentes com a participação de potências como Rússia e China, especialmente após a descoberta de urânio enriquecido a níveis alarmantes.
O acordo nuclear de 2015 buscou conter o programa do Irã, mas a saída dos EUA em 2018 resultou em um aumento do enriquecimento de urânio, intensificando as tensões internacionais.