Israel libera entrada de mais ajuda em Gaza enquanto ataques matam dezenas
Caminhões com ajuda humanitária são insuficientes para atender a grave crise em Gaza. Enquanto a ONU tenta aumentar o fluxo de alimentos e suprimentos, ataques israelenses continuam, resultando em mais mortes na região.
Israel permitirá a entrada de 100 caminhões com ajuda humanitária na Faixa de Gaza nesta terça-feira (20), conforme informado pela ONU.
A aprovação vem após intensa pressão sobre Tel Aviv, que continua os ataques. Somente nesta terça, bombardeios mataram ao menos 50 pessoas, segundo o Hamas.
A ajuda é considerada insuficiente diante da escassez em Gaza. Antes da guerra, 500 caminhões entravam diariamente, número que não se estabilizou desde o início do conflito.
A situação ficou crítica nos últimos dois meses, com Israel paralisando totalmente a entrada de ajuda. Na segunda (19), após 78 dias de bloqueio, cinco caminhões conseguiram entrar, em resposta a imagens de fome entre os palestinos que afetavam o apoio a Israel.
Segundo Jens Laerke, porta-voz do escritório humanitário da ONU, os caminhões trouxeram alimentos para bebês e produtos nutricionais. O secretário-geral-adjunto, Tom Fletcher, alertou que 14 mil bebês podem morrer em 48 horas sem ajuda e classificou a entrada de cinco caminhões como uma “gota no oceano”.
Além da alimentação, Gaza enfrenta insegurança hídrica e falta de suprimentos nos centros de saúde. 90% das casas relataram problemas com água.
Atualizações sobre as condições dos hospitais indicam que eles não conseguem atender adequadamente feridos, enquanto bombardeios continuam mesmo após parte da população tentar retornar durante o cessar-fogo de janeiro.
Na terça, os bombardeios israelenses resultaram em mais mortes, incluindo 18 mulheres e crianças em ataques a casas e uma escola que abrigava famílias deslocadas.