Israel planeja concentrar palestinos em 'cidade humanitária' construída sobre ruínas de Rafah
Israel planeja criar uma "cidade humanitária" em Rafah para acomodar 600 mil palestinos durante o cessar-fogo. O ministro da Defesa afirma que o projeto visa enfraquecer o Hamas, mas a execução efetiva do plano ainda é incerta.
Ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, anunciou um plano para estabelecer uma cidade humanitária em Rafah, na Faixa de Gaza, visando abrigar toda a população local.
O plano envolve o deslocamento de 600 mil palestinos, principalmente da área de al-Muwasi, com triagem de segurança para entrada e proibição de saída. A cidade deve ser construída durante um cessar-fogo de 60 dias que está sendo negociado.
O exército israelense ficará responsável pela segurança do perímetro, mas não administrará a nova área ou fornecerá ajuda humanitária. Katz busca parceiros internacionais para a administração, coordenado por Amir Baram.
O gabinete do chefe do Estado-Maior, Eyal Zamir, reiterou ao Supremo Tribunal que o exército não força expulsões, embora a ordem de maio (operação "Carruagens de Gideão") contradiga isso, visando a mobilização da população civil.
Em maio, planos foram aprovados para o avanço da guerra em Gaza, incluindo a remoção forçada da população palestina, caracterizando possível limpeza étnica.
Netanyahu, em reunião com Donald Trump, falou sobre expulsões em Gaza. Katz destacou que o objetivo é enfraquecer o Hamas e implementar "um plano de emigração". Contudo, uma fonte disse que Israel não espera que o plano avance.
A proposta da Fundação Humanitária de Gaza sugere a construção de Áreas de Trânsito Humanitário para abrigar a população palestina, visando substituir o controle do Hamas.
Entidades humanitárias e a ONU criticam as ações de Israel, definindo-as como deslocamento forçado. A guerra já resultou em mais de 56 mil mortes palestinas e múltiplos deslocamentos.