Israel usa IA para atacar Hamas e sofre questionamentos éticos
O uso de inteligência artificial por Israel na guerra com Hamas levanta questões éticas e legais sobre o papel das big techs. A aplicação de tecnologias avançadas em conflitos pode ter consequências devastadoras para civis, conforme evidenciado pelo ataque que resultou em mortes de inocentes.
A guerra entre Israel e Hamas marca um novo capítulo na utilização de inteligência artificial (IA) em operações militares, levantando sérias questões éticas.
O New York Times revelou em 25 de abril que uma ferramenta de IA foi utilizada para localizar e assassinar Ibrahim Biari, um líder do Hamas, considerado essencial por planejar ataques que resultaram no massacre de 1.200 israelenses e estrangeiros em 7 de outubro de 2023.
O ataque, realizado em 31 de outubro de 2023, resultou na morte de 125 civis, segundo dados da Airwars, levantando preocupações sobre a precisão e a ética do uso dessa tecnologia.
Israel está na vanguarda da tecnologia de drones e inteligência artificial, mas há dúvidas se o país poderia desenvolver tais sistemas rapidamente sem a colaboração de empresas como Google e Meta.
A unidade de inovação militar, Unit 8200, se beneficia de parcerias com ex-soldados que trabalham em grandes empresas de tecnologia, permitindo a criação de inovações significativas.
A Arábia Saudita demonstrou interesse em tecnologias semelhantes, propondo um sistema de reconhecimento de voz árabe em troca de investimentos nos EUA, evidenciando a competição tecnológica.
No entanto, a relação entre Google e o governo israelense gerou controvérsia. Em 2021, foi assinado o Projeto Nimbus, um contrato de US$ 1,2 bilhão para fornecer serviços de computação em nuvem, apesar de alertas internos sobre possíveis violações de direitos humanos.
Funcionários de Google e Amazon protestaram contra a colaboração, afirmando que a tecnologia poderia facilitar a vigilância ilegal e violar os direitos dos palestinos, levando a investigações de crimes de guerra pelo Tribunal Penal Internacional.
Por fim, a origem da tecnologia de IA utilizada para localizar Biari permanece um mistério, sem confirmação se foi desenvolvida com a infraestrutura da parceria Google-Amazon.