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Israel usou palestinos como escudos humanos na Faixa de Gaza, diz agência

Relatos de soldados e ex-prisioneiros palestinos revelam o uso sistemático de civis como escudos humanos pelas Forças Armadas de Israel, considerado crime de guerra pela legislação internacional. Investigação interna é prometida, mas a prática persiste, com denúncias de ordens vindas da própria hierarquia militar.

Soldados israelenses e ex-prisioneiros palestinos relataram à Associated Press que as Forças Armadas de Israel utilizam palestinos como escudos humanos na Faixa de Gaza "de maneira sistemática".

A prática é considerada um crime de guerra segundo a Convenção de Genebra e foi proibida por decisão da Justiça israelense.

Acusações semelhantes foram publicadas por veículos como Hareetz, Al Jazeera e New York Times. Líderes políticos de Israel justificam o alto número de civis palestinos mortos, com cerca de 53 mil mortes registradas desde o início da guerra, mencionando que o Hamas utiliza escudos humanos.

Relatos indicam que as Forças Armadas vestem prisioneiros palestinos com roupas militares e os enviam para verificar explosivos e terroristas do Hamas. A prática se tornou comum na Faixa de Gaza e começou na Cisjordânia, onde as operações militares aumentaram.

O Exército israelense afirmou que o uso de escudos humanos é proibido e que investigações sobre violações são realizadas. Contudo, os relatos sugerem que ordens para essa prática vêm da alta hierarquia militar.

Um soldado anônimo afirmou que, em determinado momento, todo batalhão utilizava um palestino para localizar bombas. Um palestino, após ser algemado e vendado, relatou que só não estava limitado quando servia como escudo humano, sendo ameaçado de morte por não obedecer.

Organizações da sociedade civil em Israel denunciam o uso sistemático da prática, proibida pela Suprema Corte desde 2005. Soldados referem-se aos escudos como "mosquitos" e um comandante recomendou "pegar um mosquito na rua". Essa prática teria como objetivos economizar munição e acelerar operações.

Um documento revelou que pelo menos um escudo humano foi morto por soldados israelenses de outra unidade, que o confundiram com um membro do Hamas.

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