Itália restringe nacionalidade por direito de sangue a duas gerações
Reforma do “Ius sanguinis” encurta prazos para descendentes e estabelece novos requisitos para a naturalização. Medida, que visa coibir abusos, poderá impactar milhões de cidadãos em potencial.
Governo ultraconservador da Itália limita naturalização por direito de sangue. A nova medida, aprovada em 28 de outubro, restringe essa possibilidade a duas gerações: apenas filhos ou netos de italianos podem solicitar a nacionalidade.
Antes, bisavôs e trisavôs também eram considerados. A reforma do Ius sanguinis estabelece que cidadãos nascidos e residentes no exterior precisarão manter vínculos reais com a Itália e exercer direitos e deveres de cidadania a cada 25 anos.
Antonio Tajani, ministro das Relações Exteriores, assegura que o direito do sangue não será abolido, mas haverá limites para evitar abusos e a comercialização de passaportes. O objetivo é garantir que a nacionalidade seja tratada com seriedade.
Em 2023, 20 mil descendentes de italianos na Argentina obtiveram a cidadania; no Brasil, foram 14 mil em 2022 e 20 mil em 2024.
Com a legislação anterior, entre 60 e 80 milhões de pessoas no mundo poderiam reivindicar a cidadania italiana.
Com informações da AFP