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Italianos criticam Meloni por projeto de ponte entre Sicília e continente, com maior trecho suspenso do mundo

Moradores da Sicília se mobilizam contra desapropriações para construção de polêmica ponte. Projeto de €13,5 bilhões suscita preocupações sobre a economia local e impactos ambientais na região.

Rosa Cattafi economizou anos para comprar uma pequena casa na Sicília, mas seu imóvel está entre as centenas de propriedades previstas para desapropriação devido à construção de uma ponte de €13,5 bilhões (R$ 85,7 bilhões). A obra, planejada pela primeira-ministra Giorgia Meloni, ligará a Sicília ao continente italiano.

Cattafi, funcionária pública de 66 anos, declarou que lutará de todas as formas para proteger sua casa, que ela comprou por €150 mil (R$ 952 mil). O projeto da ponte tem sido controverso desde o século 19, despertando preocupações sobre os impactos econômicos e ambientais.

Embora o embaixador dos EUA na Itália tenha defendido o projeto, os 4,7 milhões de habitantes da ilha permanecem céticos, sugerindo que os recursos deveriam ser usados para melhorar a infraestrutura local.

Críticos também apontam o risco de infiltração da máfia no projeto e questionam sua segurança em uma região propensa a terremotos.

Moradores e ativistas já estão se mobilizando novamente contra a obra, prometendo contestar as desapropriações. O advogado Antonio Saitta destaca questões legais relacionadas à concessão do contrato de €10,5 bilhões a um consórcio sem nova licitação.

Grupos ambientais, como o WWF, alertam sobre os impactos na biodiversidade, com a construção prejudicando rotas migratórias de aves. A prefeita de Villa San Giovanni expressou preocupação sobre a viabilidade econômica da ponte, dado que a demanda por travessias por balsa caiu significativamente nos últimos anos.

A oposição ao projeto continua crescendo, refletindo um medo de que a cidade se torne um canteiro de obras paralisado, com as comunidades divididas e sem os benefícios prometidos.

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