Jabuti na privatização da Eletrobras não surte efeito, e pequenas hidrelétricas apostam em outra manobra
Setor de pequenas hidrelétricas pressiona por derrubada de vetos de Lula à lei das eólicas offshore. A medida, que garante contratação obrigatória de energia, visa revitalizar mercado das PCHs diante da baixa demanda atual.
Setor de PCHs busca derrubar vetos de Lula para garantir contratação compulsória de energia. Parlamentares se mobilizam contra a decisão do presidente, que vetou 4,9 GW de PCHs em janeiro. Voto pode ocorrer ainda este mês.
Contratação compulsória inclui usinas termelétricas a gás e carvão. A medida complementa tentativas passadas de incentivar PCHs, que já têm 241 hidrelétricas cadastradas para o leilão em agosto, totalizando 3 GW de potência.
Entretanto, a demanda esperada das distribuidoras é de apenas 200 MW. A baixa procura se deve ao excesso de energia contratada em leilões anteriores, resultando em dificuldades para consumo pelas distribuidoras.
No último leilão, apenas 175 MW foram contratados, evidenciando o desinteresse atual. Com a abertura do mercado prevista para 2028, a procura tende a diminuir ainda mais.
A derrubada dos vetos ajudaria a garantir os 4,9 GW, pois os leilões de reserva obrigariam o governo a contratar a energia independentemente da demanda das distribuidoras.
A importância das PCHs se destaca na complementação de fontes intermitentes, como solar e eólica, que respondem por 30% do SIN (Sistema Interligado Nacional).
Entretanto, a competição no mercado livre é desvantajosa para as PCHs, com o foco atual em energia solar e eólica, que são mais baratas e viáveis.
Além disso, especialistas alertam que a contratação compulsiva pode gerar custos extras ao consumidor e complicar o escoamento de energia, com zonas já saturadas para PCHs em algumas regiões do país.